domingo, 17 de março de 2019

Sobre ser maré.





Olá, gostaria de ficar?

Já faz tempo, é certo. Eu sangrei em cada verso, fiz da maré minha dança. Mas eu retornei, ainda que não tenha partido.
Eu fiz de cada letra fria aqui escrita, um pecado.
Surrado. Velado. Mal pago.
Eu estive aqui, eu vi você perder. E vi você vencer. Eu, por fim, fiz todas as apostas. Eu joguei esse jogo, dançando no vazio.

Uma capa surrada de edição especial.
Você quis um poema, desses floridos, polidos, sonoros. Eu era escrava de mim, só havia mais um gole. E apenas um.
Logo eu, poeta que não sou. Logo eu, que já não sabia mais.
Logo você! Poesia.
Logo você, canção de afeto, de alegria.

Olá, você ainda gostaria de ficar?

Querido diário otário... o que você faria?
Eu fiz dessa gota, maré. Você, por sua vez, fez da maré oceano. É preciso três segundos de coragem. E eu fiz de mim carnaval.
É preciso o tempo. É preciso também esse amor oceano.
E você, oceano de mim. Deságua calmo. Floreia em mim.
Você, passagem. Você, caminho. Paisagem clara e terna.
Eu, agora poeta de mim, fiz da tua dança abrigo.


[...]


Olá anjo dos meus pesadelos, teu sorriso fez morada. Teu calor fez jornada no meu peito.


"Será que isso é amor?"

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O encaixe foi perfeito. A sintonia surreal .



Maldito serás ao entrares...



" No fim de um instante, mais ninguém me negará sentimento, se não é que o próprio sentimento prejudicou a perfeição! "

Na ignorância encontrei a felicidade.
Quanto menos escuto, menos você fala!
Eu sou toda a sinfonia
Mas você é só uma linha solta na canção...


E nessa rota de colisão do destinos
Somos pequenos e transparentes fragmentos do vazio
Enterrados até o pescoço em contradições
- Já estou cheio de me sentir vazio,
meu corpo é quente é quente, estou sentindo frio...-
A curto prazo, me tornei a herdeira da culpa, a eleita do medo.
A última esperança daqueles que não choram mais...



Malditos serás ao saíres...

Tinks Kill (Fragmento)




- Sua voz não era de forma alguma doce, mais existia nela um veneno que me fez paralisar... Ela parecia ter saído de um filme bizarro e se divertia com meu olhar de angústia.
Ela chegou mais perto e me perguntou se gostava de poemas, ao afirmar que sim, ela recitou um poema que mais tarde descobri ser sua melhor resolução:

" Eu sou a mais nova perdição das almas
Não me julgue brisa nem furacão
Pois nos meus olhos foi escrito o ódio
E no meu corpo foi desenhado o perigo
Você sugou cada gota do meu sangue
Sem se dar conta
Que era uma droga mortal
Enquanto você brincava de guerra
Enquanto você inflamava seus ossos
Eu fugia, e lutava a sua batalha sozinha
Em sua partida meu silêncio te deu adeus
Deitada na grama, detonada ao lado do mausóleu
Sou apenas um entalhe no pé da sua cama
E você, só uma linha numa canção
Meus pequenos versos
São tão singelos...
Eu só queria andar livre
Pela escuridão da eternidade!
Acenda seu cigarro
E veja como me comporto
Por que fico melhor em fogo e fumaça..."

Me embriaguei com seus versos, inalei cada palavra.

- Descobri como era divertido falar de mim mesma na terceira pessoa!-

Estou enterrada até o pescoço em mentiras contraditórias
Estou muito ocupada fingindo que não sou simplória
Do chão
Para dentro do céu
Do céu
Para dentro da sujeira.

Mais de mim...



"Mas as coisas simplesmente ficam tão loucas
Viver fica difícil
E eu cairia com satisfação na estrada,
Levantaria e iria se soubesse
Que algum dia ela iria me levar de volta pra você
Que algum dia ela iria me levar de volta pra você
Algum dia..."

:x





Segredos, segredos...
Já está sendo comum postá-los aqui!
-Se não fossem as circunstâncias, não fosse minha teimosia, e um acaso grotesco da vida... Aquele altar seria o meu! :/ -

Saudade das coisas que vivi, e principalmente, saudade das coisas que podia ter vivido, não fosse o nosso erro!

- E de longe eu não posso te ver
Então me perco em pensamentos de um passado
Que há muito tempo eu quero esquecer
Eu só quero falar que ao teu lado eu tava errado
Eu nunca consegui viver
Mas só eu sei de você
Só não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra contar)
Eu não queria dizer
Eu volto há tanto tempo e cada vez parece que o meu tempo
não passou
Eu não encontro nada que me dê motivo outra vez pra
procurar o que sobrou
Eu vivo condenado e sem saída de um passado que parece
não ter fim
Você não sabe de mim
Só não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra cantar)
Eu não queria perder o que sempre foi meu
Pois não há alguém que possa te amar
Pois não há alguém que possa nos salvar
Eu não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra contar)
Só não queria perder o que sempre foi meu
É que eu tinha tanto pra cantar
Eu não queria dizer adeus-

[...]



"Por hoje é só.
Vou deixar passar a ventania.
Talvez amanhã, vento, vela e velocidade..."

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cinderella, sweet dreams...


Meu peito arrebenta a fibra quente
Na história de um conto de farsas
Os nervos febris de um poeta quase morto
Meio compulsivos, meio sem conforto
Onde tudo isso vai acabar?
Quebrando o teu coração...
Será que o meu peito será repouso?
Emoção, é o que parece ser
Minha musa, minha vida
A saudade daquilo que ainda não vivi
São saudações postumas a minha afeição
Fantasias do meu sonho
Esse que me trouxe tanta ventura.

....

Ei garoto , por que você não apaga seu cigarro?
Por que não pega aquele carro e passa bem rápido por aqui.
Juro que te deixo ir embora, mas antes sem demora..
Roubo aquele beijo que outrora não pude ter.
Me leva pra morar contigo, perto da tua cidade, da tua casa, do teu domínio.
Por que você não vive aqui? Ao alcance da minha mão?
Em cada noite de solidão me imagino no teu abraço, dormindo com o teu anjo.
Acordo ainda pouco sóbria, cheia de saudade, cheia de amor
Passo dia inteiro imaginando teu sorriso
Por que mesmo de longe, eu sou apenas sua!
Brinco o teu carnaval todos os dias..
Aqueles versos claros e abraço que faltou.

....


O meu fim não é ser poeta, nem aquele que canta as canções mais tristes... Um desmaio a cada dia, repira-se, recomeça. Um pulo alto, um golpe quase certeiro, um choro e até logo mais. Toda vida ainda existe em meu peito, mesmo que surrada, estragulada... É aquela lágrima, a derradeira. Mais essa dor não me condena, pode ser morte, pode ser tempo.. Para, recomeça, para e fim. Simplesmente acaba na virada da ampulheta. Ser aquele que as guerras escolhem, que o acorde final tão alto, acaba no final do teu sorriso.



Sweet dreams Cinderella , your story doesn't end here...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Por que o meu humor oscila entre o cítrico e o triste! Numa linha tênue cifrada, cai de re pra si...



Olá querido diário otário!

A herdeira da culpa está de volta! Faz tempo?
O que eu posso ser, se não cheia de desculpas? O que eu posso fazer, se eu sinto a sua falta cada nanosegundo do meu dia? Como colorir as ruas se todas as cores ficaram num tom pastel e fosco?
Eu consigo lidar com muitas coisas, com quase tudo que me atormenta, posso lidar com a dúvida, com a falta, com a vontade, mas não posso lutar contra você! De que adiantaria, se cada golpe seco volta como furacão no meu peito? Quase uma vida depois, as notícias ficam vagas, a raiva e a decepção conseguem quebrar os limites da saudade... Olá, olá... Qual o mais baixo que tu podes fazer para eu chegar ao fundo?
Perdi tempo demais com essa flor, e ela veio sem pétalas, sem talo... Mas cada espinho estava lá, gritando por cada gota de sal...

Diário otário, sabe quando a gente cai e faz um machucado,e você acaba por cair e magoar esse machucado dias seguidos?
Você entende, não entende? Eu sei que você entende... Sei que sente, sei que vibra enquanto eu rasgo suas páginas com a força de cada palavra!
São minha linhas soltas, são as ultimas vidas no meu calendário..
Um salve para quem não tem e quer pra si, um brinde a quem perdeu e quer a todo custo achar quem perdeu, mesmo que em cada esquina que você avança teu objeto de ternura se faz mais longe! Um abraço apertado a quem não sabe bem por onde recomeçar, e vê o fim da estrada mais perto, antecipada! Um beijo no rosto do pecado, da ira, da raiva! Um beijo na boca do destino, por que o mesmo vento que leva o que amamos, trazem algo que aprendemos a amar!
Preciso de um pouco de cola, me ajude a colar e alinhar meu coração na linha tênue da loucura! Olá, olá. Qual o mais baixo que você pode chegar? É divertido fingir e fazer de conta? Arme-se e traga seus amigos, mesmo que a vontade seja grande, falta apenas a disposição pra obedecer... De que adianta meu bem?